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Relações entre paradigmas metodológicos e ações práticas marcaram o VI Diálogos Sustentáveis

 

 

“Tenho tido muitos momentos de felicidade ao sair um pouco da minha área de atuação e conhecer melhor os diversos programas de pós-graduação e grupos de pesquisas da Universidade. Nossa função é essa, formar recursos humanos e a área de educação ambiental é fundamental nessa caminhada”, afirmou Rômulo Angélica, pró-reitor de pesquisa da UFPA.

A fala do pró-reitor na mesa de abertura do VI Encontro Universidade em Diálogos Sustentáveis que aconteceu ontem, 16 de março, no auditório Setorial Básico, marcou o eixo de debate do encontro que apresentou “Os paradigmas metodológicos da educação ambiental” e mostrou ações práticas no Estado do Pará.

Estiveram presentes na mesa de abertura: Sineide Wu, representando Luiz Fernando Rocha, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (SEMAS); Dr. Rômulo Angélica, pró-reitor de pesquisa da UFPA, representando o reitor Emanoel Tourinho; Dr. José Eduardo Martinelli, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Ambientais (PROFCIAMB); Dr. Ronaldo Mendes, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGEDAM); Marilena Loureiro da Silva, coordenadora do Grupo de Estudos em Educação, Cultura e Meio Ambiente (GEAM/UFPA); Maria Ludetana Araújo, do Instituto de Ciências da Educação (ICED/UFPA).

Conferência – Após a mesa de abertura Alexandre de Gusmão Pedrini, professor Doutor associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e credenciado no Mestrado em Formação Científica para Professores de Biologia do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) falou sobre os “Paradigmas metodológicos em Educação Ambiental: uma proposta editorial para grande alcance na língua lusófona”, em que explicou o processo de planejamento e organização do livro Os paradigmas metodológicos da educação ambiental.

“Ser professor é um ato contínuo. Mas temos que ter em mente que qualquer ação pedagógica tem que partir de uma teoria, se não é só sensibilização. Uma área se consolida quando tem livros de métodos”, afirmou.

Para a coordenadora do GEAM, professora Dra. Marilena Loureiro, é equivocado pensar o sujeito humano separado da natureza, as pesquisas e ações em Educação Ambiental deveriam romper com esse paradigma.

“Nosso campo está em consolidação e o livro do Pedrini demonstra isso. Não podemos agir  como se a problematização ambiental fosse menos importante, não é possível pensar Educação Ambiental prática responsável sem que ela dialogue com questões teórico-metodológicas bem fundamentadas”, explicou.

Defesa de dissertação - Fidelis Paixão, pesquisador do Programa Interdisciplinar Trópico em Movimento (UFPA), conselheiro do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e discente do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGEDAM/NUMA/UFPA) defendeu a dissertação “A política de educação ambiental como instrumento para gestão integrada dos recursos naturais no Estado do Pará: Um estudo de caso do município de Paragominas” que teve a banca avaliadora formada pela Doutora Marilena Loureiro da Silva (PPGEDAM/UFPA), orientadora da pesquisa; Doutora Luiza Cunha Mendes Teixeira (PPGEDAM/UFPA); Doutor Thomas Mitschein, do Programa Interdisciplinar Trópico em Movimento (UFPA) e pelo Doutor Alexandre de Gusmão Pedrini (UERJ/UFRJ).

A pesquisa apresentada buscou observar de que maneira a política pública de educação ambiental se constituiu e contribuiu com o desenvolvimento local do Município de Paragominas e quais mecanismos possibilitam sua articulação e implementação com as demais políticas públicas locais.

O Programa de Formação de Professores em Educação Ambiental foi instituído em 2008 no município com a finalidade de capacitar os docentes do 6º ao 9º ano da rede pública para tratar a temática ambiental como um tema transversal no desenvolvimento de seu trabalho cotidiano com os alunos além de promover a adoção de práticas ambientalmente sustentáveis por alunos e professores nos diferentes espaços de convivência.

Entre suas conclusões Fidelis percebeu que “no Programa de Formação de Professores em Educação Ambiental de Paragominas, não existe um momento de avaliação dessa importante política pública. O processo avaliativo geral é mais empírico e a avaliação sistematizada se restringe ao conteúdo ministrado na sala de aula, para averiguação da aprendizagem do aluno”.

Para tentar minimizar essa questão ao final da dissertação foi apresentada uma proposta de elementos para recomendação de uma Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que visa estabelecer as bases técnicas e regulamentares os programas de educação ambiental. Essa proposta partiu de uma minuta e foi discutida no âmbito da Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), do Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA) e do Fórum Brasileiro de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (FBOMS).

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) que foi instituído em 1981 e dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente (MMA) e sua secretaria executiva é exercida pelo Secretário-Executivo do MMA. O CONAMA é um colegiado representativo de cinco setores: órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil.

IX FBEA – No período da tarde, às 14h30, Fidelis Martins da Paixão, falou sobre o “Movimento em Rede na construção do IX Fórum Brasileiro de Educação Ambiental (FBEA)”, em que apresentou o tema “Uma releitura crítica das políticas da educação ambiental brasileira: Repercussões da Política (PNEA) e Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)” e debateu a participação da Rede Paraense de Educação Ambiental no evento.

Em seguida aconteceu a mesa “Os paradigmas metodológicos da Educação Ambiental na Amazônia Paraense”, com a presença da professora Dra. Maria Ludetana Araújo, do Instituto de Educação (ICED/UFPA); Dayse Costa, da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC) e Ronaldo Silva, músico do Instituto Arraial do Pavulagem. A mesa foi mediada por  Alexandre de Gusmão Pedrini.

A pesquisadora Dayse Costa apresentou os dados da pesquisa que fez em parceria com Aline Furtado em que analisaram de que forma organismos internacionais interferem nas políticas públicas estatais e de que maneira impactam na formação de professores e o papel da Educação Ambiental nesse contexto.  Ao analisarem 31 artigos as pesquisadoras perceberam a coexistência de vertentes teóricas antagônicas nas práticas da Educação Ambiental em sala de aula.  

Ronaldo Silva, do Instituto Arraial do Pavulagem, falou sobre o Projeto Cordão do Galo que é uma ação cultural educativa realizada em Cachoeira do Arari na Ilha do Marajó desde 2008 em que o Instituto e seus parceiros trabalham conteúdos ligados a reflexões envolvendo cultura, meio ambiente, cidadania e qualidade de vida, por meio do cumprimento de etapas de construção (oficinas, mostras de vídeo, ensaios etc.) de um grande cortejo de cultura popular, que sai pelas ruas de Cachoeira no mês de janeiro.

Às 18h, aconteceu o lançamento do livro “Os paradigmas metodológicos da Educação Ambiental” e da cartilha “Recicléia em Escola Sustentável e Com Vida” e a programação do VI Encontro Universidade em Diálogos Sustentáveis foi encerrada com o carimbó do Grupo Jurupari, da ilha de Caratateua.

Texto: Lucila Vilar.

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