GEAM discute o papel dos Jardins Botânicos na sociedade
Pesquisadores e especialistas de todo o país se reuniram para debater sobre a ampliação do conhecimento de jardins botânicos na sociedade, entre os dias 6 e 10 de novembro, no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), que desenvolve estudos ambientais há 150 anos. "Inovação e Renovação para a Conservação da Biodiversidade" foi o tema da XXIV Reunião da Rede Brasileira de Jardins Botânicos, que teve a participação da professora Dra. Marilena Loureiro na mesa "Políticas e Práticas de Educação Ambiental em Parques e Jardins Botânicos", no dia 7.
O pesquisador e antropólogo do MPEG, Márcio Meira, informou que os Jardins Botânicos possuem uma ampla diversidade de plantas e frutos, fazem parte da tradição humana e ajudam na educação da sociedade. De acordo com o pesquisador, a Floresta Amazônica é um grande Jardim Botânico que foi produzido pelos indígenas, que desenvolvem culturas e ferramentas através dos elementos da natureza. "A visão indígena precisa ser entendida pelas outras pessoas, pois com certeza vai nos ajudar no grande desafio que é cuidar da Amazônia", declarou.
Marilena Loureiro, em sua apresentação, afirmou que o Projeto Escola Bosque, criado no início da década de 1990, foi a primeira iniciativa nacional que pensou na prática de educação ambiental nas escolas de ensino fundamental e médio, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida da população, valorizar a cultura amazônica e passar conhecimento, a partir da relação dos estudantes com os elementos da natureza.
Em 1992, foi criado o núcleo de meio ambiente da Universidade Federal do Pará (UFPA), que conseguiu concluir uma série de ações que resultaram em estudos de educadores ambientais e também trouxe a construção de grupos de pesquisas e a realização de vários eventos e encontros com outros pesquisadores, o que ampliou a visibilidade da área e gerou um maior conhecimento sobre o assunto.
Ao falar sobre a trajetória da educação ambiental no cenário da região amazônica, Marilena Loureiro evidenciou a necessidade de uma nova construção epistemológica para melhor entender a relação entre a natureza e a sociedade. "A crise ambiental não é somente de esgotamento dos recursos, mas também de conhecimento", destacou. A solução seria, com a ajuda do legado Freireano, trazer uma educação que faça com que as pessoas desenvolvam uma consciência ética e tenham condições de intervir e solucionar os problemas amazônicos.
Para Marilena, a educação ambiental deve integrar conhecimentos, valores e ações, exigindo o respeito e impondo limites à exploração dos seres humanos, por meio de práticas ambientais realizadas na Amazônia para a construção de políticas de sustentabilidade.
Texto: Ana Luiza Imbelloni.